Wednesday, February 28, 2007

Daniel Blaufuks vence Bes Photo


páginas de london diaries
daniel blaufuks


Já foi anunciado o vencedor do Bes Photo: daniel blaufuks.
A primeira vez que vi o trabalho de Blaufuks foi através da sua publicação "London Diaries", em meados de 1995. Essa publicação ainda hoje está presente na minha memória; na altura em que vi estas páginas nunca imaginei que onze anos depois viria a ser fotógrafo e que estaria a viver em Londres. Estranhos percursos de vida... o tempo passa, as memórias perduram cada vez mais ténues...


Sunday, February 18, 2007

artists using photography part 2



Peter Fischli and David Weiss
DER BRAND VON USTER FROM WURSTSERIE (1979)


"For every photographer who clamors to make it as an artist, there is an artist running a grave risk of turning into a photographer." --Artforum, 1976


Artists using photography


Dan Graham
HOMES FOR AMERICA (DETAIL)
1966-67


Não vou falar aqui da obra e da importância de Dan Graham na arte contemporânea mas sim do uso da fotografia por artistas, a propósito de uma excelente exposição que assisti no Museu de Arte Contemporânea de Vigo há dois anos cujo tema era: THE LAST PICTURE SHOW: ARTISTS USING PHOTOGRAPHY, 1960-1982

Esta exposição, organizada pelo Walker Art Center permite constatar a importância da fotografia nas práticas artísticas não só entre o período compreendido entre os anos sessenta e princípios dos anos oitenta, assim nas práticas contemporâneas actuais. Importância essa cuja influência não se resume unicamente à pintura mas a outras práticas como o cinema (o último filme de Wim Wenders " Don't come knocking" é prova disso mesmo).

A propósito desta exposição fui publicado um excelente catálogo complementado com um bom número de textos e cuja leitura recomendo vivamente. Fica aqui alguns excertos desse catálogo:


While artists today feel just as comfortable picking up a camera as they do a paintbrush, this has not always been the case. How did photography become an increasingly popular medium of choice among artists who may or may not consider themselves to be photographers? Focusing on a roughly 20-year period of history, The Last Picture Show addresses this question as well by bringing together more than 200 photographic works by 57 international artists. Each took up the camera as a tool in pursuit of a diverse range of artistic experiments that provocatively intersected with the realms of sculpture, painting, and performance.

Cutting a historical swath across a wide range of art practices and movements such as Conceptual Art, Minimalism, Arte Povera, and strategies of image appropriation, The Last Picture Show traces the development of conceptual uses of this medium. The exhibition encompasses photography's first glimmerings in the 1960s in the work of artists such as Bernd and Hilla Becher, Bruce Nauman, and Edward Ruscha to its rise to art-world prominence in the work of the photo-based artists of the late 1970s and early 1980s, including Sherrie Levine, Richard Prince, and Cindy Sherman. The scope of their subjects is diverse and each has used the camera to frame critical explorations of a range of issues. These include the tradition of self-portraiture, the body, landscape, the architecture of the built environment, photography's relationship to painting and sculpture, the intersection of language and vision, and the impact of advertising and mass media.

By the end of the 1980s, it had become clear that experimental uses of photography were gaining both momentum and validity within the international art world and helping to reshape the possibilities of contemporary artistic expression. It is this legacy that continues to find its descendants in a new generation of artists using this medium today.


THE LAST PICTURE SHOW: ARTISTS USING PHOTOGRAPHY, 1960-1982
The new Walker-produced exhibition catalogue includes essays by Geoffrey Batchen, Kate Bush, Douglas Fogle, Stefan Gronert, Pamela Lee, and Melanie Marino as well as seminal historical texts by Vito Acconci, Lawrence Alloway, Douglas Crimp, Nancy Foote, Dan Graham, Robert Smithson, and Jeff Wall.



Patrick Faigenbaum




Durante o curso de fotografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística tive a oportunidade de conhecer fotógrafos como Stephen Shore, Teresa Hubbard e Alexander Birchler entre outros. Um deles marcou-me especialmente pela forma meticulosa e apaixonada com que se relacionava com a fotografia. Patrick Faigenbaum (Paris, 1954) tem vindo a desenvolver um percurso fotográfico de uma enorme consistência. Além do seu trabalho fotográfico, o que marcou me especialmente foi a natureza bondosa e sempre acessível com que Patrick Faigenbaum se relacionou com todos os alunos do curso. Um autor a descobrir. Recomendo especialmente uma série de retratos que Faigenbaum desenvolveu sobre famílias nobres italianas.

Patrick Faigenbaum
Fotógrafo. Das suas mais recentes exposições individuais salientam-se as que tiveram lugar no Museu do Louvre (Louvre et Chaussée d'Antin - 2005), na Galerie de France (Portraits dans l'Atelier - 2005), em Paris, na Centennial Gallery (2000), em Toronto, e na Barbara Gladstone Gallery (To Angela and Raphaël - 1999), em Nova Iorque. Das colectivas salientam-se as que estiveram patentes no Museu do Louvre (A côté rêve un sphinx accroupi - 2005), no Institut d'Art Contemporain de Villeurbanne e no Museu de Arte Moderna de Saint-Etienne (La Photographie à l'épreuve - 2005), no Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (How do we want to be governed - 2004) e na Villa Medici - Roma (Fabbrica dell'Immagine - 2004).


site online


O meu site já está online. O design é da responsabilidade da NOtype, empresa que já antes tinha feito capas para os discos de Clockwork e que está também a fazer o design do livro «Unknown Landscapes». A consultar em:

www.carloslobo.net


Tuesday, February 13, 2007

By the Ways (a journey with William Eggleston)


Qualquer novidade sobre o William Eggleston, é sempre bem-vinda. Está para estrear um filme sobre Eggleston da autoria da Vincent Gérard e Cédric Laty. O filme recebeu entre outros prémios em vários festivais, o prémio Doclisboa IPJ (best feature documentary) na Competição International .

mais informações em:

http://www.lamplighter-films.com

Deutsche Börse Photography Prize 2007




Inaugurou na Photographer's Gallery em Londres o Deutsche Börse Photography Prize 2007, que todos os anos é atribuído a um fotógrafo, de qualquer nacionalidade, cujo trabalho fotográfico tenha sido mais pertinente para a fotografia na Europa no período compreendido entre 1 de Outubro e 30 de Setembro de 2006. Os quatro fotógrafos nomeados são: Philippe Chancel, Anders Petersen, Fiona Tan e The Atlas Group.

Estive presente na inauguração e o que mais me impressionou foi o imenso número de pessoas que estavam presentes na galeria. Questionei-me sobre que espaço em Portugal dedicado à fotografia, tem esta capacidade de atrair tamanho público? O único que me ocorre é o
CPF, que tem feito um trabalho exemplar, mas que devido aos limites orçamentais, não pode funcionar em pleno nem sequer poder ambicionar a ter uma programação que permita voos mais altos. É uma pena... pois está provado que a fotografia tem a capacidade de atrair todo o tipo de público, desde os entendidos, aos praticantes, aos simples curiosos da imagem.

É curioso se compararmos esta iniciativa com o prémio BES Photo, cujo modelo foi inspirado directamente neste (há dois anos era o CityBank Photography Prize). Também o
BES Photo, como o nome o indica, tem o mecenato de uma instituição bancária, algo que em Inglaterra como em outros países é visto como normal e de salutar, mas que em Portugal é motivo de polémicas. Quando uma instituição apoia um evento (independentemente dos seus objectivos comerciais e propagandistas), está não só a proporcionar meios de produção e de exposição pública a determinados autores como também a criar um evento de promoção da fotografia em Portugal. Isto parece-me o mais importante.

Do trabalho dos artistas expostos, falarei num outro post.

Gilbert & George


Está em exposição na Tate Modern uma enorme retrospectiva do trabalho da dupla Gilbert & George. A exposição estará patente de 15 de Fevereiro a 7 de Maio de 2007. Prevê-se que esta exposição seja um novo blockbuster da Tate Modern.

fica aqui o texto da Tate sobre a exposição:

This long-awaited exhibition is the largest ever to explore the remarkable art of Gilbert & George.

Gilbert & George have created art together since meeting at St Martin's School of Art in 1967. Their impact on the international art world was immediate, radical and subversive with the declaration that sculpture need not be confined to the production of three-dimensional objects and that their own lives could be classed as ‘living sculptures’. Since then, their joint existence has been one long art journey which has led to major exhibitions in five continents, including pioneering shows in Russia and China.

The exhibition begins with a documentation of the legendary Living Sculptures together with the idyllic Nature Pieces which include the rarely seen Charcoal on Paper Sculptures. This is followed by pictures of increasingly powerful social engagement including the Drinking Pieces and Human Bondage and culminating in the infamous, black white and red Dirty Words Pictures of 1977.

The 1980s and 1990s saw an explosion of colour in their art through which Gilbert & George continued to confront fundamental human issues. Among the comprehensive selection of works from this compelling period are the Tate's own vast quadripartite Death Hope Life Fear, the phantasmagorical Life Without End, the scandalous Naked Shit Pictures and the instinctive Fundamental and New Testamental Pictures featuring the artists' own blood, tears, spunk, piss, shit and sweat.The final section of the exhibition explores Gilbert & George's visionary twenty-first-century art. Beginning with the promiscuous New Horny Pictures and mesmerising lice-infested East One Pictures, followed by the Gingko Pictures of Venice Biennale fame, these works continue to ask provocative questions about sexuality, identity and religion. The show ends with the controversial Sonofagod Pictures including the epic Was Jesus Heterosexual? which led to accusations of blasphemy. Gilbert & George have also created completely new pictures for this exhibition.

A fotografia que ilustra este post é da autoria de Tom Haller.

Thursday, February 08, 2007

lomo de grande formato


A empresa que comercializa as máquinas Lomo, acaba de lançar no seu site uma máquina de grande formato intitulada de Bulldog Large Format. Este lançamento parece-me uma pequena revolução. Quando inúmeros modelos de máquinas de 35mm estão a ser descontinuados pela maioria das marcas, é curioso como uma empresa que sempre defendeu uma filosofia do fotografar sem pensar ou sequer olhar «Just shoot it», lança agora uma máquina que é antítese total desta filosofia. Tradicionalmente, uma máquina de grande formato requer tempo, quer para montar a câmara, quer para enquadrar a imagem no seu viewfinder, isto para não falar no tempo já despendido a carregar os filmes nos carregadores . Pelos vistos, a filosofia agora é «slow it down»:

"Slow It Down
This is more of a philosophy than a technical feature. See, shooting large format is definitely not convenient. You have to load the film back. Then compose the shot. Then insert the film back. Then fire. Then remove the film back. You’ll need a tripod and maybe a shroud. You’ll need a bag to carry around all of this bulky equipment. Without a doubt, this is a pain in the ass. But the upside is the careful deliberation that all of this work requires. More thought is put into every picture – thereby allowing you to really focus on the composition, layout, and feeling. Regardless of your experience level, you’ll find that shooting large format inspires you to shoot in a more critical, analytical, and careful way. "

in http://shop.lomography.com/bulldog/largeformat/