Thursday, December 14, 2006

unknown landscapes (parte 2)


Mais uma imagem da série, no mesmo dia e na mesma cidade da foto do post anterior.

Sunday, December 10, 2006

unknown landscapes



A minha nova série já está em fase avançada. Intitulada «Unknown Landscapes», esta série é um estudo sobre a paisagem urbana e os vestígios da ocupação humana. Embora a maioria das imagens tenham sido realizadas em Inglaterra, fazem também parte imagens realizadas em Portugal, Espanha e Itália.

William Eggleston por Jurgen Teller



Penso em William Eggleston como o Leonard Cohen da fotografia.

Bernd e Hilla Becher


Há trabalhos que dispensam palavras. São tão visualmente expressivos que se "explicam" a si mesmos. É o caso da obra do casal Becher, ilustres professores de fotógrafos como Thomas Struth, Candida Hofer, Thomas Ruff, etc. Gostava que os meus trabalhos atingissem esta "brutal" simplicidade (embora , neste caso, a simplicidade seja um termo bastante enganador...)

Günther Grass e Gerhard Steidl


Qual é a importância da relação entre Günther Grass e Gerhard Steidl? Gerhard Steidl é o editor da Steidl que tem os direitos sobre as obras de Günther Grass. A obra de Grass é umas das principais fontes de rendimento da Steidl, cujos livros como «O tambor» vendem milhares de cópias anualmente.
Numa entrevista recente que li de Gerhard Steidl, este conta como Günther Grass lhe disse que o contrato que estavam a celebrar tornaria a Steidl numa editora bastante lucrativa, e que a única exigência que lhe fazia era de que parte desse dinheiro fosse investido na publicação de autores menos conhecidos, mesmo que isso significasse um investimento sem grande retorno financeiro.
Assim, talvez seja graças à obra de Günther Grass que a Steidl se pode dar ao luxo de publicar os belíssimos livros de fotografia que encontramos nas livrarias. Os livros não são baratos, mas na minha opinião, valem cada cêntimo que pagamos por eles.

ps: a foto é de Alec Soth.

Saturday, December 09, 2006

Clare Richardson



Um dos primeiros livros que vi da editora Steidl foi um livro intitulado Harlemville, publicado em 2003, da fotógrafa Clare Richardson. A impressão, tal como em todos os livros desta editora, é de um rigor impressionante e todo a composição gráfica do livro é exemplar. O livro é o resultado de um longo período que a autora passou numa comunidade rural no norte da América. O layout deste livro pode ser consultado no seguinte link:

http://www.steidlville.com/books/186-Harlemville.html

Clare Richardson tem um novo trabalho intitulado Sylvian, que é um dos destaques da revista SEESAW. A consultar no seguinte link:

http://seesawmagazine.com/clare_pages/clare_intro.html

Gerhard Richter «Atlas»







Um trabalho dos meus artistas favoritos acaba de ser reeditado pela Thames & Hudson.

Segue um resumo da série:

Atlas is an ongoing, encyclopedic work composed of approximately 4,000 photographs, reproductions or cut-out details of photographs and illustrations, grouped together on approximately 600 separate panels. The images closely parallel, year by year, the subjects of Richter's paintings, revealing the orderly but open-ended analysis central to his art.

Fica a sugestão para as sempre complicadas compras de Natal!

Monday, December 04, 2006

doze


Um novo projecto dos Doze está na rua. Após o lançamento da caixa Doze, voltou-se a usar a montra para uma nova iniciativa. A visitar na Rua do Alecrim nº28, Lisboa.

Thursday, November 30, 2006

Stephen Shore



Quando penso em William Eggleston, há um outro fotógrafo que automaticamente lhe associo: Stephen Shore. São ambos contemporâneos e os seus trabalhos mais significativos foram realizados na década de 70. Eggleston é reconhecido como um dos pioneiros da cor enquanto que Shore é conhecido pelo exploração da paisagem urbana americana fazendo uso de uma máquina de grande formato 8x10. Une-os igualmente a importância da viagem (road trip) para a exploração e construção da sua narrativa fotográfica. Tal como Robert Frank, entre imensos outros, percorreram ambos a América (a enorme extensão do país convida a isso), fazendo registos quer em 35mm quer em grande formato. Stephen Shore editou muito recentemente o seu livro American Surfaces, pela Phaidon Press, sendo a série constituída por imagens que Shore captou com uma máquina de 35mm, período antes de iniciar a sua viagem com a 8x10.

A 2ºa imagem intitula-se «Church and Second Streets, Easton, Pennsylvania», data de 20 de Junho de 1974, e é pessoalmente das imagens mais bonitas que alguma vez vi.

William Eggleston




Um dos meus fotógrafos de referência, William Eggleston, lançou um livro novo intitulado 5x7.
O mesmo já pode ser encomendado pelo site da schaden (www.schaden.com).
Ficam algumas críticas sobre o livro retiradas do mesmo site.

"william eggleston's latest monograph features photographs taken during the early 1970s using a large format 5x7 camera. While the book includes imagery typical of the Eggleston oeuvre­ streetscapes, parked automobiles, portraits of the strange and disenfranchised, ­the book also offers never-before-published photographs taken in the nightclubs Eggleston used to frequent.

With it [his camera and portable strobes] Eggleston could shoot in virtual darkness in the juke joints and clubs around Memphis. The portraits are offhand and spontaneous but insistently stark; their brutality is heightened by the absence of color. The portraits have a leveling effect­whether biker or debutante, the people Eggleston photographed are clearly denizens of the same realm. [He] is reminding us: look closely, each of these individuals is subtly different.
-Walter Hopps

Riveting as the sitters accoutrements are, most compelling is the way in which each person is at once magnificently laid bare and vulnerable. . . . Staring, smiling, grimacing, glowering, these are less portraits of individuals than of the expressions that settle þeetingly on their malleable features. Each face feels stranger and more physically ambivalent than the next.
-Johanna Burtxon, Artforum

página pessoal de Ryan Mcginley


link para o site pessoal: www.ryanmcginley.com

Wednesday, November 29, 2006

Walker Evans


Numa recente pesquisa no ebay sobre livros do walker evans deparei-me com o leilão desta imagem. A fotografia é descrita como «Interior Detail of Portuguese House». Procurei sinais da nossa cultura mas estes não são visíveis. Existe a pequena bandeira americana por detrás do vaso, certamente que uma pequena ironia de Evans. Uma bela imagem de um grande, grande fotógrafo.

Tuesday, November 28, 2006

Monday, November 27, 2006

Ryan McGinley






Na Frieze Art Fair deste ano viu-se menos fotografia e mais pintura. Pelos vistos o mercado tem de se reinventar de forma a continuar a aliciar os coleccionadores. À parte das questões de viragem ou não do mercado, tive a oportunidade de ver trabalhos que só conhecia de livros: imagens de Joel Sternfeld e de Mitch Epstein entre outros. Descobri também um trabalho de um fotógrafo novo de nome Ryan McGinley. As imagens deste fotógrafo remetiam de certa forma para o registo de diário íntimo que associamos a Nan Goldin. Porém, o que distingue o trabalho de Ryan McGinley é a contemporaneidade das suas imagens, pois apesar de manterem o aspecto de snapshots, a imagética remete automaticamente para os tempos e vivências da juventude dos nossos tempos.

A 1ª imagem é a fotografia da instalação do trabalho de Ryan McGinley na galeria Team Gallery durante a Frieze.

Tuesday, November 07, 2006

Muzi Quawson


Recomendo a pesquisa pelo trabalho desta jovem fotógrafa: Muzi Quawson. Vi pela primeira vez as suas imagens na exposição final do Photograpy MA do Royal College of art deste ano. O trabalho apresentado era um slide show em três telas acompanhado pelas vozes de algumas personagens que tinham sido fotografadas. Em alguns momentos o trabalho de Muzi Quawson remetia para os retratos de Nan Goldin, porém há neles uma atmosfera bem diferente, quer pelo uso da luz (a luz em certos estados da América parece mágica, a fazer lembrar as imagens de Eggleston ou mesmo de Stephen Shore) e pelo tratamento da narrativa. O projecto intitula-se «Pull back the shade».

Friday, November 03, 2006

Henry Wessel



Duas imagens bastantes distintas do mesmo fotógrafo. Henry Wessel é um fotógrafo que descobri muito recentemente e graças à imagem a preto e branco em cima. Esta imagem é bastante misteriosa, pois se por um lado parece encenada, por outro parece um instantâneo capturado em milésimos de segundos. Após pesquisar na net, descobri que se trata de um instantâneo que o fotógrafo capturou enquanto passeava e se deparou com este cenário. Quando os pássaros levantaram voo, o fótografo respondeu instintivamente, capturando assim a imagem. Segundo o fotógrafo: «The picture has the effect of a visual zen koan, as if the man's gaze were what suspends the birds in the flight».

Apesar de ser um fotógrafo relativamente desconhecido, Henry Wessel foi uma influência importante na fotografia americana no final dos anos 70.

Num registo diferente, a primeira imagem faz parte de uma série de fotos sobre propriedades imobiliárias para venda, intitulada «Real Estate Photos». Um trabalho que faz lembrar as séries fotográficas de Ed Ruscha, também com uma temática muito semelhante. E que tem bastantes ressonâncias com o meu trabalho novo sobre paisagem urbana...

«The process of photographing is a pleasure: eyes open, receptive, sensing, and at some point, connecting. It's thrilling to be outside your mind, your eyes ahead of your thoughts». Henry Wessel

Thursday, October 12, 2006

André Cepeda na Galeria Pedro Cera


Está patente na galeria Pedro Cera, em Lisboa, a exposição Stasis de André Cepeda. A exposição consiste em três imagens apresentadas em caixas de luz de grande formato. Não são muitas imagens mas é caso para dizer que às vezes três imagens representam mais do que mil palavras.
Uma exposição a não perder.

Friday, October 06, 2006

rafael toral


Rafael Toral (foi o produtor e colaborador do 2º disco dos Clockwork) acaba de lançar um novo disco intitulado Space (a capa é uma líndissima fotografia de Daniel Malhão e o design é de Helder Luis, também responsável pelo design do disco dos Clockwork). Já ouvi o disco e recomendo vivamente.
Rafael Toral é também um dos autores em destaque na revista
Wire deste mês.
Mais informações em:

www.rafaeltoral.net
http://www.thewire.co.uk/current/story2.php

Thursday, October 05, 2006

exposição Surfaces na Fuga pela Escada



Inaugura dia 7 de Outubro na galeria Fuga pela Escada em Guimarães, pelas 22:30, a exposição Surfaces. A exposição fica na galeria até ao dia 15 de Novembro. A exposição inclui alguns trabalhos novos que não estiveram expostos na Casa de Serralves aquando da exposição a propósito do Bes Revelação. Fica aqui o convite a aparecerem.

Thursday, September 28, 2006

The Pond-Moonlight



É difícil dizer qual é a fotografia mais bonita do mundo mas podemos dizer qual é a mais cara até ao momento: "The Pond-Moonlight" tirada em 1904 em Long Island por um dos grandes nomes da fotografia americana do início do século XX, Edward Steichen. O novo recorde alcançado em leilões (Sotheby’s) , atingiu quase os 2,5 milhões de euros.

Sunday, September 24, 2006

«Juventude em Marcha» o novo filme de Pedro Costa


A edição de Setembro da revista ArtForum traz uma crítica ao novo filme de Pedro Costa «Juventude em Marcha», que em inglês é traduzido como Colossal Youth, título esse que curiosamente remete para o álbum da já extinta banda Young Marble Giants.
O artigo escrito por James Quandt destaca a forte intensidade do filme, quer em termos de narrativa, quer na sua densa fotografia, referindo que em comparação com o filme de Pedro Costa, todos os restantes filmes em competição eram «pandering and blandishment» (frouxos e auto-lisongeadores)».
Para quem teve a oportunidade de ver os anteriores filmes de Pedro Costa ou a sua excelente exposição na Fundação de Serralves, este reconhecimento não constitui nenhuma surpresa. O cineasta português (nascido em Lisboa em 1958) tem vindo a construir uma importante filmografia, alicerçada num estilo pessoal e cru, que aos poucos tem vindo a ser reconhecido quer pela crítica nacional, quer internacional.
Um filme a não perder, nas poucas salas nacionais onde será exibido!


Tuesday, September 19, 2006

Craigie Horsfield




Está presente no CAM da Fundação Calouste Gulbenkian a exposição do fotógrafo Craigie Horsfield. É certamente uma das melhores exposições de fotografia que vi este ano (talvez mesmo nos últimos anos). Conhecer o trabalho de Horsfield através dos seus livros não nos prepara para o impacto das imagens ao vivo. A densidade dos cinzas e o grão das imagens conferem uma aura fascinante e surreal às imagens de Horsfield.

A exposição de Craigie Horsfield é uma amostra de uma obra complexa e bastante significativa, que abarca um período de 35 anos.

«Figura única e voz habitualmente isolada que descreve uma mudança na concepção da arte recorrendo aos meios mais convencionais e modestos, Horsfield tem, desde os anos 60, vindo a fazer uma série de propostas radicais no sentido de uma comunidade futura. Depois de ter trabalhado como disc-jockey na Europa de Leste durante a década de 70, regressou a Londres na década seguinte, tendo desempenhado um papel importante no processo de transformação da fotografia do final dos anos 80. Durante a década de 90, esteve na vanguarda do desenvolvimento da arte social, projectos colectivos e da centralidade da conversação. Além disso, passou igualmente mais de 30 anos a defender a introdução de trabalhos de som no espaço do museu, o potencial da projecção em ecrãs múltiplos enquanto espaço social, e o papel central do público no entendimento do museu.»

A exposição foi apresentada no Jeu de Paume entre 30 de Janeiro e 30 de Abril de 2006, estará patente no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal de 18 de Julho a 24 de Setembro, 2006 e no Museum of Contemporary Art, Sydney, Austrália de 15 de Março a 3 de Junho de 2007.

A não perder!

Monday, August 07, 2006

Galeria MCO, Arte Contemporânea



Após dois anos de ligação à Galeria 24B, em Oeiras, o meu trabalho é agora representado pela galeria MCO,
localizada na Rua Duque de Palmela, Porto. A partir de Setembro poderão encontrar na galeria imagens das minhas séries «Surfaces», «Stillness» e «Berlim».

www.mcoart.com


Matthias Petrus Schaller




Recomendo vivamente uma visita ao site deste fotógrafo alemão, cujo trabalho tive a felicidade de encontrar numa pesquisa por imagens do fotógrafo Thomas Struth. Um dos trabalhos que me chamou a atenção é uma série de fotografias realizadas nos estúdios de trabalho de outros fotógrafos. Nesta série encontramos imagens do estúdio de Thomas Struth, Thomas Ruff, Lorca diCorcia, entre outros. Aqui temos a rara oportunidade de conhecer algo mais sobre o espaço de trabalho de fotógrafos que admiro e o modo bastante simples e despojado com que as imagens são construídas.
O trabalho de Matthias Petrus Schaller é uma exploração conceptual dos locais de trabalho, sejam eles os estúdios de fotógrafos, escritórios no Vaticano ou gabinetes de arquitectura. A relação entre o espaço e o trabalho realizado é, em alguns casos, bastante evidente na disposição e organização dos objectos e do espaço em si.

www.matthiaspetrusschaller.com

exposição individual de Paulo Catrica em Setembro




Ainda falta algum tempo mas inaugura no dia 20 de Setembro na galeria Carlos Carvalho, em Lisboa, uma exposição individual do fotógrafo Paulo Catrica. Paulo Catrica tem, na minha opinião, um dos percursos mais consistentes e sinceros na prática fotográfica em Portugal. Já tive a oportunidade de ver algumas das imagens que vão ser expostas, daí a minha forte recomendação desta exposição.
Inaugura a 20 de Setembro.

Sunday, August 06, 2006

work in progress: part 01



A minha estadia em Londres tem-me permitido um período bastante extenso de observação e contemplação da paisagem urbana inglesa. Encontro-me a desenvolver uma série que tem como base a exploração visual dessa mesma paisagem, tendo lugar não só em Londres mas também em cidades vizinhas como Brighton.

série «Interior: 2005/2006»





Finalmente dei por concluída a série «Interior» realizada no âmbito do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística.
Todas as imagens foram realizadas dentro da Fundação Calouste Gulbenkian: caves, arquivos, oficinas, lavandaria até aos escritórios da fundação. São imagens simples e despojadas da presença humana mas onde se encontram os sinais não só da sua função como da presença/ocupação dos utilizadores desses espaços. Ainda não sei se este trabalho resultará numa exposição mas
preferencialmente numa pequena publicação com todas as imagens. É um projecto para o futuro...

Algumas imagens desta série (assim como trabalhos dos meus colegas do curso) podem ser consultadas no seguinte endereço:

www.programacriatividade.gulbenkian.pt

Luigi Ghirri



Acabo de regressar de uma viagem de 9 dias por Itália. Milão, Roma e Siena foram as cidades visitadas. Esta viagem foi também uma demanda bibliográfica e fotográfica, tentando encontrar em todas as livrarias que ia descobrindo um livro de um grande fotógrafo italiano: Luigi Ghirri. Após inúmeras tentativas falhadas, comecei a pensar neste livro como um sagrado graal da fotografia: toda a gente o conhecia mas ninguém tinha exemplares disponíveis. Foi em Roma que a minha sorte mudou e encontrei o último exemplar disponível na livraria. Trata-se de uma antologia do trabalho de Ghirri, publicado pela Federico Motta Editore, Milão (2001). Todo o meu esforço foi plenamente recompensado pois trata-se realmente de um corpo de trabalho realmente único e fascinante. Inspirado pelas belíssimas imagens de Ghirri sobre a paisagem italiana, desenvolvi um trabalho novo que espero se torne numa sincera homenagem ao trabalho e sensibilidade deste excelente autor.


Fica aqui um pequeno texto de Ghirri:

O homenzinho à beira do precipício

Desde pequeno, as fotografias de que gostava mais eram as de paisagem, que via nos atlas, entre dois mapas de geografia.

Fascinavam-me muito particularmente as fotografias em que aparecia, inevitavelmente imóvel, um homenzinho esmagado pelas Cataratas do Niagara, montanhas, rochedos ou enormes salgueiros, palmeiras gigantescas ou então à beira de um precipício. Voltava a encontrar este personagem nos postais que representavam lugares mais menos célebres, empoleirado nos monumentos históricos, perdido nas ruínas do Forum romano ou debaixo da Torre de Pisa.

Este homenzinho vivia num estado de perpétua contemplação do mundo e a sua presença nas imagens conferia-lhes uma atracção especial. Era não só o metro padrão das maravilhas representadas, mas também a unidade de medida humana que me restituía o sentimento do espaço; em todo o caso, eu via-o assim, e pensava, por intermédio dele, que compreendia o mundo e o espaço.

Também gostava da ideia de que o fotógrafo nunca estava sozinho nestes lugares, mas que tinha sempre à disposição um amigo ou um conhecido com quem atravessava o mundo, ou o descobria, ou o representava. Nunca consegui ver de facto um, conferir-lhe uma identidade: o homenzinho era sempre um desconhecido para mim, mas acompanhava-me aos lugares mais desconhecidos e mais extraordinários que ele próprio via, contemplava, media.

Quando mais tarde comecei a fotografar, continuei a olhar para fotografias de paisagem, mas nunca mais encontrei o homenzinho. Sucediam-se fundos, cenários e espaços soberbos, mas cada vez mais desertos e mais incompreensíveis, desfazendo-se em pedaços e multiplicando-se de uma forma cada vez mais vertiginosa. Tudo isso me parecia inabitável, mais exactamente, os lugares tinham desaparecido e restavam esplêndidos cenários a preto e branco ou en technicolor, e o homenzinho já não estava lá; tinha-se ido embora, levando consigo a representação dos lugares e deixando-nos o seu simulacro."

Luigi Ghirri
in Paesaggio Italiano, 1989


link fundamental para a discografia Clockwork





Quando pensei em fazer um blog, lembrei-me automaticamente do site do meu amigo João Santos, companheiro dos Clockwork. Neste site estão publicados imensos trabalhos e artigos interessantes. Podem ainda encontrar toda a informação e samples de toda a discografia dos Clockwork. Recomendo vivamente!

www.thegoldenaura.com

a 1ª incursão pelo mundo dos blogs

Assim início o meu blog, ainda incerto dos inúmeros passos a dar. Abra-se o champanhe e dê-se início às celebrações. Depois é altura de trabalho. Saudações a todos os que aqui venham parar.