Está presente na Photographers Gallery em Londres a exposição do "fotógrafo" alemão Joachim Schmid. Os parêntesis justificam-se pois Schmid não se considera um fotógrafo e raramente utiliza fotografias que ele próprio tira. O trabalho de Schmid é sim uma reciclagem de fotografias de outras pessoas, e quando digo reciclagem, é disso mesmo que se trata: entre vários trabalhos expostos, Schmid expõe uma série de imagens que encontrou em diferentes cidades (Bilder von der Strasse, série que inicia em1982 e que continua até ao presente), imagens consideradas sem qualquer valor pelos seus antigos donos e por isso mesmo descartadas, rasgadas ou riscadas. Tudo isso interessa ao autor, a razão pela qual uma imagem não é considerada satisfatória ou perdeu o seu valor utilitário (existem várias fotografias tipo passe nesta exposição). Noutras séries também expostas, Schmid trabalha a partir dos negativos ou arquivos de outros fotógrafos para construir uma nova leitura dos mesmos.
Penso que o trabalho de Schmid é acima de tudo sobre Fotografia, sobre as suas múltiplas funções, quer como forma de arte, quer como meio de preservação da memória ou mesmo como elemento identificativo. Por vezes, a história da fotografia remete-nos unicamente para o seu valor artístico mas a Fotografia como ciência e disciplina é muito mais pluridisciplinar e rica. A exposição de Schmid é uma forma de comprovarmos isso mesmo.
Recomendo vivamente o catálogo editado pela Steidl sobre esta retrospectiva, com textos muito interessantes de vários autores como Joan Fontcuberta, também ele um utilizador subversivo da fotografia.
Penso que o trabalho de Schmid é acima de tudo sobre Fotografia, sobre as suas múltiplas funções, quer como forma de arte, quer como meio de preservação da memória ou mesmo como elemento identificativo. Por vezes, a história da fotografia remete-nos unicamente para o seu valor artístico mas a Fotografia como ciência e disciplina é muito mais pluridisciplinar e rica. A exposição de Schmid é uma forma de comprovarmos isso mesmo.
Recomendo vivamente o catálogo editado pela Steidl sobre esta retrospectiva, com textos muito interessantes de vários autores como Joan Fontcuberta, também ele um utilizador subversivo da fotografia.
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