Ontem assisti a uma conferência de Stephen Shore, cujo trabalho aprecio bastante. Quem teve a oportunidade de assistir à conferência de Stephen Shore na Gulbenkian o ano passado, pode comprovar a experiência de Shore como conferenciasta, talvez fruto dos seus longos anos de trabalho, quer como fotógrafo, quer como professor e coordenador do curso de fotografia no bard college em Nova Iorque. Ao ver um curto resumo da carreira de Shore durante a conferência, fiquei a pensar por que razão o trabalho de Shore não é tão divulgado e reconhecido. Apesar de a importância da sua obra ser reconhecida pela maioria dos fotógrafos contemporâneos, Shore nunca foi alvo de grandes retrospectivas nos principais museus. Quando questionado por um membro da assistência, se ainda se preocupava com o seu lugar no mercado artístico, este fez uma pausa (Shore nunca responde de imediato, pondera cada resposta por alguns segundos) e diz que embora não ignore o mercado artístico, tem a perfeita noção de que as opções que tomou não facilitaram a sua aceitação no mercado artístico; diz ainda que se quisesse vender mais, teria continuado a trabalhar com a máquina 8x10, o que lhe permitiria fazer grandes ampliações fotográficas (tão em voga no mercado da fotografia contemporânea). Mas não foi essa a sua opção.
O caso do Stephen Shore é mais um exemplo do que o mercado da arte por vezes não é a melhor forma de avaliar a importância da obra de determinados autores, mas sim quais os autores cuja obra sofreram maior especulação e maior visibilidade artística. Não me parece que isto seja uma grande novidade...
O caso do Stephen Shore é mais um exemplo do que o mercado da arte por vezes não é a melhor forma de avaliar a importância da obra de determinados autores, mas sim quais os autores cuja obra sofreram maior especulação e maior visibilidade artística. Não me parece que isto seja uma grande novidade...
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